Quero ser o Junior

Concordo que já foi época em que o futebol carioca revelava talentos. De fato, ainda existem, mas são poucos e menos ainda aqueles que criam a identificação com o clube. Este assunto voltou a tona esta semana partindo de um comentário preocupado de uma diretora de escola municipal que comentou com o seu marido sobre a escolha de seus alunos.

É de longa data que as crianças se espelham em craques de seu clube de coração para jogar uma pelada. Eu nunca fui um jogador de futebol, muito mal de pelada aos domingos, mas quando eu era pequeno já tive minha fase de ser o Júnior ou o falecido Zé Carlos (é... já tentei ser goleiro na pelada), os meus amigos queriam ser o Zico, Roberto Dinamite, Romário, Bebeto, e até outros "menos craques" como Super Ézio, Gaúcho, Valdeir "The Flash", é justo salientar que quem escolhia um desses era torcedor do time em que o mesmo jogava, aqui nem preciso dizer em qual (salvo Bebeto¹)

A questão é que na escola municipal citada, na hora do futebol começou a discussão:
-Eu quero ser o Neymar; - Eu quero ser o Ganso; - Eu sou o Kaká; Eu o Robinho; Eu sou o Ronaldinho tá?

Peraí, ninguém quer ser o Adriano? Vagner Love? Carlos Alberto? Phillipe Coutinho? Fred? Conca? El Loco Abreu ou até o Lucio Flávio?

Não... não quer... quer saber o porquê? Pergunte a eles. Afinal, vocês sabem a resposta.

Em tempo, destino fez que esse comentário fosse dito no intervalo do jogo Santos x Grêmio, válido pela semi-final da Copa do Brasil. A cada gol (do Santos) que surgia, um comentario soava no ar: Tenho que dar razão aos meus alunos!

Notas:

¹ -> Bebeto conseguiu um feito que ao trocar o Flamengo pelo Vasco era ídolo dos dois clubes, Romário fez também, mas tardiamente.

Acréscimos:

==> Vitória e Santos se classificaram com sobras para a decisão da Copa do Brasil que vai acontecer... daqui a dois meses... é isso aí.. dois meses... só depois da Copa (que organização) se tiverem com o mesmo time, a decisão promete!

==> E o Flamengo...

Um abraço e até a próxima

Wagner Sant'Anna