quarta-feira, 12 de maio de 2010

LIÇÕES FRANCESAS



Há 18 anos, o Olympique de Marseille tinha dado o seu ultimo grito de campeão na primeira divisão Francesa. Mas após graves denuncias, o tribunal anulou o titulo, prenderam dirigentes e ainda rebaixou o clube para a segunda divisão francesa por um determinado período. Depois deste escândalo, a organização do futebol francês ficou muito mais rigorosa e vem recebendo muitos elogios. Além dos bailes que andamos tomando nas ultimas copas do mundo da “turma da Torre Eiffel”, é a vez de aprendermos também com eles a como manter os clubes no “azul” por mais de quinze anos.

A responsabilidade começa pelo rigor da cobrança da documentação das finanças do clube. O clube que estiver com dívidas desproporcionais as suas receitas é rebaixado como foi o caso do atual campeão francês, o Bourdeux que em 2001 passou por grave crise financeira, jogou a segunda divisão, acertou as dividas e voltou para a elite. Em outros países do continente o rigor sobre as grandes equipes quase não existe, mas em compensação os de menor expressão não tem vida fácil: qualquer dívida a mais pode condenar o clube ao rebaixamento e até mesmo impedir que ele suba como é comum de se ver na Itália, por exemplo.

Os salários dos clubes franceses nem se compraram aos que são pagos em países como na Inglaterra. Existe um grande controle sobre os orçamentos anuais que são apresentados periodicamente as autoridades competentes. Se a moda pega aqui no Brasil, iriam faltar clubes na primeira divisão.

Esses são apenas dois pontos dos vários que a reportagem citou. Não é difícil equilibrar as finanças. O principal ponto é a mudança geral dos nossos dirigentes que além de perpetuaram no poder seguem o modelo de amadorismo, quando muito “profissionalizam” os departamentos de futebol e marketing com o restante do clube sendo ainda obsoleto, sem dar menor importância para as antigas dividas que muitos deles criaram. Aprendemos o futebol com os ingleses, aperfeiçoamos e há muitos anos somos o principal país do mais querido esporte do mundo. Foi difícil para o único clube Frances campeão a liga dos campeões esta fase complicada. Mas a lição foi aprendida e agora é só curtir o título.

Será que agora não chegou à hora de adotarmos o modelo francês de administração e quem sabe possamos evoluir com ele? Pela forma que as coisas são tratadas aqui, ou a Serie B seria super lotada ou a serie A teria poucos times.

Sergio Henrique

2 comentários:

  1. Ora bolas, a CBF não tem tanto pulso. Só para se ter uma ideia, quem decide, e resolve 80 por cento dos problemas é o clube dos 13. Tá certo, são creditados a CBF todos os creditos. Doce ilusão. Os clubes europeus são tratados como empresas, aqui como bancos, contas poupanças e vitrines para empresários e parceiros. Uma pergunta que nimguém consegue me responder. Porque o campeonato brasileiro não se iguala ao calendário europeu? Porque teremos jogo do campeonato brasileiro dias antes da copa? Já me deram varias respostas, ninguém me convenceu. Só uma curiosidade, o Mexico já treina a um periodo próximo a 20 dias...

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  2. Tem que mudar muita coisa para o futebol brasileiro ficar sério.

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